segunda-feira, outubro 23, 2006

Da Qualidade

Dediquei hoje o meu dia a uma auto-reflexão. Basicamente um nome pomposo para classificar aquilo que faço quando quero evitar os meus problemas. É engraçado como tudo nos passa ao lado quando estamos em baixo. A quantidade de pequenos pormenores que antes seriam indisfarçáveis nos outros e, que, por um egoísmo atroz não consigo discernir. Encontrei hoje um amigo de sempre. Estava mal. Mas só depois de uma hora de conversa me apercebi do facto. Também eu estou mal, mas durante essa hora só consegui olhar para os meus próprios problemas, as minhas escapatórias possíveis(?). E assusta-me isso, entender que desprezo os outros, que nada mais me importa sem ser a minha triste e deprimente existência. Pois, a única qualidade que algum dia consegui ver em mim é a de ser um bom amigo. E essa parece estar a desaparecer.

Da Fuga

Não consigo sorrir. Estou, no entanto, estranhamente calmo. Como que aceitei o meu destino. Aos poucos vou-me desligando das emoções, de tudo aquilo que possa significar felicidade ou tristeza. Simplesmente mexo-me, falo, penso, sem tentar encontrar uma justificação. A vida é substancialmente mais simples assim, na mesma proporção em que o é desinteressante. Rejo-me por uma espécie de som de fundo, que toca ininterruptamente, espaçado e repetido de igual forma. Pelas palavras que vou descobrindo, enterradas em páginas bafientas de livros antigos. Pela chuva que hoje cai com uma violência desmedida, como que procurando vingança de todos os nossos erros, ou quem sabe, desesperando por fugir de um céu em que não deseja viver. Afinal, é o que todos tentamos. Fugir do nosso céu, que supostamente deveríamos ambicionar, mas que odiamos com todas as forças. É a fuga do paraíso. A minha fuga.

quarta-feira, outubro 18, 2006

Da Retoma

Escrevo-te agora. Porque hoje mais uma vez vi-te. E não tive a coragem. Saí como um fraco desta noite. Queria dizer-te o quanto gosto de ti. Tiveste tão perto e eu não o consegui fazer. Porque tudo isto fraqueja demais. Gosto de ti. Só de ti. E não conseguir dizê-lo, ver-te partir da forma que o fiz,novamente, hoje, mostra a minha fraqueza. Quando leres isto perceberás, sei que sim. Diz-me então. Não consigo mais. Assim...

domingo, outubro 08, 2006

Do Certo e do Errado

Não esperava que tão rapidamente acontecesse. Olhar para a tua foto, ouvir aquela música. Pensar que brinquei com o arco e a flecha. Mas desisti de ser. Sei que, provavelmente, quando leres isto vais achar que sofro desnecessariamente. É provável. Sofro mais por ti do que por mim. Mais uma vez perdi, e derrota após derrota, vou perdendo o discernimento entre o plausível e o absurdo. Mas continuo a pensar que é plausível e aceitável admirar alguém, que pela simplicidade me conquistou. Sei que se tornou um lugar comum falar de ti no derivado. Vou tentar não o repetir, pois tenho a certeza que não vais ser só mais uma lembrança do meu segundo ano. Vais ser uma presença no meu futuro e no daqueles (muitos) que gostam de ti. Mas continua a fazer sentido a pergunta. "How can it feel, this wrong?"

quinta-feira, outubro 05, 2006

Do Tempo

She said "i'll throw myself away,
They're just photos after all"
I can't make you hang around.
I can't wash you off my skin.
Outside the frame, is what we're leaving out
You won't remember anyway

I can go with the flow
But don't say it doesn't matter anymore
I can go with the flow
Do you believe it in your head?

It's so safe to play along
Little soldiers in a row
Falling in and out of love
With something sweet to throw away.
But I want something good to die for
To make it beautiful to live.
I want a new mistake, lose is more than hesitate.
Do you believe it in your head?

I can go with the flow
But don't say it doesn't matter anymore
I can go with the flow
Do you believe it in your head?

Da Queda

Desmoronou. Todo o meu mundo caíu. Em cinco minutos, a minha vida reduzida a tud o que realmente significa e que eu não quero ver. Que em dois anos o mais que fiz foi criar balões de oxigénio para ir respirando, iludido com o que pensava ter e nao tenho. Quatro ou cinco pessoas tão depressa. É demais para mim. Nem esta carta aqui ao meu lado consegue traduzir tudo aquilo que (não) sinto. É o amor ao contrário. A nulidade cresce dentro de mim e avança impiedosamente. E no fim disto tudo que tenho eu. Litros e litros. Mais nada. Sou o verdadeiro somatório de falhas. Para quê forçar uma certa nostalgia em relação a alguém se só eu é que sou rídiculo. Nem dormir consigo. Só continuo a escrever sem tão-pouco imaginar o que faço. Só, como no início dos dias. Não quero mais sair daqui e enfrentar ninguém. It's the end of the world as we know it. Sorry.

segunda-feira, outubro 02, 2006

Do Aniversário

Today is the greatest day. Só tudo o que cai para cima deste teclado. Sim choro. Sim, sou fraco. Sim, sem vós seria apenas mais um corpo. Devo-vos a minha vida. Amo-vos, apesar da bebedeira que me atinge. São tudo para mim. E todos vós ao ler isto sabem quem são. Desde o homem que me fode a cabeça por tar na FMUC, até ao Norton de Matos. Até o alcool que me consome agora, junto com o amor que me dás e eu não respeito. São vocês que me fazem a todo o momento. Que fazem a minha vida. E hoje, mais que nunca, obrigado por estarem, po beberem aquele fino, por me abraçarem, por serem os meus amigos. Yes there are two paths you can go by, but in the long run, there's still time to change the long run. Amo.