sexta-feira, outubro 14, 2005

Da Crença

Que dia. A panóplia de emoções e sensações que hoje experimentei é incomensurável. Da tristeza de ver uma ilusão cair, à felicidade de sentir uma amizade como não tinha há muito. Bem sei que de há uns meses para cá tudo se tem desmoronado,mas a esperança que as coisas vão melhorar não se desvanece tão facilmente. Um amigo meu uma vez disse-me algo que me marcou:"Quando pensas que tocaste o limite,não estás nem a meio caminho de o fazer". É assim a natureza humana, lutar até ao fim. Por mais duro que seja o combate. E creio piamente que as coisas boas voltarão a surgir, quando menos esperar e mais precisar. E nesse dia, quem me pontapeou, me chutou para fora com toda a violência possível talvez vá compreender o erro que cometeu. Talvez até nem seja tarde demais, mas provavelmente selo-à. Será num dia como o de hoje. Com sol e com chuva, um daqueles dias em que C. parece estar a esconder algum segredo por trás de algum prédio devoluto ou de um vão de escada sujo. Num desses dias a felicidade surgirá novamente, sem aviso prévio. E vai entrar com tanta força que todos se surpreenderão. Até C. vai dar conta.

Da Chuva

Many's the time
I ran with you down
The rainy roads of our old town
Many the lives we lived in each day
And buried altogether
Don't laugh at me
Don't look away
You'll follow me back
With the sun in your eyes
And on your own
Bedshaped
And legs of stone
You'll knock on my door
And up we'll go
In white light
I don't think so
But what do I know?
What do I know?
I know!
I know you think
I'm holding you down
And I've fallen by the wayside now
And I don't understand the same things as you
But I do
Don't laugh at me
Don't look away
You'll follow me back
With the sun in your eyes
And on your own
Bedshaped
And legs of stone
You'll knock on my door
And up we'll go
In white light
I don't think so
But what do I know?
What do I know?
I know!
And up we'll go
In white light
I don't think so
But what do I know?
What do I know?
I know!

Da tristeza

Para a F. e para a R.:

Nunca mais...nem tocar tão pouco...hoje sou diferente...para ti e para ti...afinal,novo ano,mesmas desilusões.Chega quase a ser Kafkiano!Não sou nada para vocês, bem sei. Uma espécie de nem sei bem o quê.Mas essa espécie estranha, que promete( e cumpre,mas pela minha saúde), continua viva. Graças a quem realmente me ama. Posso não valer nada, mas ainda há quem em mim encontre uma pessoa. Alguém que merece ser tratado enquanto tal. E para esses a minha existência se vira.Obrigado CADC.

quinta-feira, outubro 13, 2005

Da Vergonha

Não devia estar a acontecer.Não novamente. Será que isto tudo se vai repetir? Novo ano, novas esperanças,as mesmas desilusões? Acabo sempre aqui, só, a pensar que não tenho força,que o mundo à minha volta se mantém intacto, enquanto eu continuo a afundar neste lodo que não me deixa fugir. Já nem os meus amigos (?) me aturam os medos, as fraquezas, os falhanços. Repito-me, pela enésima vez. Tenho que mudar. Mas preciso de um catalisador de emoções. De ti. Será assim tão difícil? Quero voltar a ter orgulho em mim. Sim,já o tive. Quando era o M. Agora sou o J. Quero voltar a ser M. novamente. Mas já não posso voltar para trás. Vou ter que renascer das cinzas. Contudo admito a fraqueza.Sózinho não o vou conseguir.Preciso do tal catalisador.De ti.

segunda-feira, outubro 03, 2005

Da Utopia

Hoje devia ser um dia especial. Faço anos. Estive junto daqueles que devia, jantei num restaurante “chic” (bem caro por sinal), recebi mil e uma chamadas com desejos repetidos de felicidade e sorte. Não deixa de ser no entanto cómico que acabe um dia como este só e melancólico, em frente a um qualquer jogo de computador. Não, eu não o queria. Ninguém deseja a solidão, por mais alto e mais frequentemente o diga. Mas nem é a solidão que me aflige. A ela já me habituei, companheira desde há um ano, quando vim para esta cidade anónima. Aflige-me a falta do amor. De uma mensagem, de um telefonema que não represente só sentimentos de profunda amizade, respeito ou até obrigação. Queria sentir-me desejado, apetecido, por uma única pessoa que fosse. Por ti em especial. Tu que sorris sempre, que dizes as coisas de uma maneira tão especial que fazes parecer tudo tão simples. Contigo a vida parece fácil. Só te vi meia dúzia de vezes. Falei para ti metade delas. “Conversa da treta”, pensarás tu. Momento irrepetível, penso eu. Mas talvez resida aí a razão da minha solidão. Para mim tudo é idílico quando estamos bem, quando somos amados. Estupidez, a utopia morreu com Marx, bem sei. Mas de qualquer maneira ainda serei feliz assim. Contigo.