quarta-feira, setembro 27, 2006

Da Madrugada

A madrugada trás esta clarividência. O quanto gosto de ti. O quanto tenho o (um) medo de te perder. Talvez só assim consiga dizer. Quando te olhei senti-o. Aquilo que não podia sentir. Tudo o que um dia nos e me destruirá.Podia ter sido. Mas foi por ti. Por quem gosta de mim. Tenho sem dúvida o mundo ao contrário. O mundo ao contrário.

sábado, setembro 23, 2006

Dos Sonhos

Ainda fará sentido?Dois anos depois, tudo mudou. Não o esperava de outra forma. Mas nunca uma mudança para pior. Lembro-me de chegar, da escuridão do meu quarto, da confusão dos autocarros, das aulas...Mas também da solidão, do receio que nesse momentos me começou a consumir. Das saudades do sol e do calor imensos. Era a entrada num mundo novo. Começava a minha vida universitária. Povoado de ideias e projectos . Por concretizar, aliás, neste momento inconcretizáveis. Queria de novo essa insensatez de pensar que o sucesso e a sorte nunca me iriam abandonar. Queria sonhar novamente.

segunda-feira, setembro 18, 2006

Da Segurança

Entrei na praça, como sempre. Estava vazio, como é costume aquela hora. A luz teimava em manter-se, mesmo quando o sol já não fazia parte do horizonte. Ao fundo, uma criança perguntava coisas sem nexo à mãe, rindo histericamente. Passando junto ao jardim, senti de novo aquele medo. Que todo aquele ciclo repetitivo iria recomeçar. Que todos os fantasmas saíssem de novo à rua e me tomassem de assalto. Mas senti algo diferente. Uma espécie de força que me impele a mudar. No fundo, acho que algo mudou realmente durante a minha reclusão. Consegui uma segurança. E era tudo o que precisava.

domingo, setembro 17, 2006

Da Despedida

É a despedida. Com mais encanto. Esta cidade a isto o obriga. És como um emigrante nessa nova vida. No fundo, continuas a pertencer aqui. Esta cidade é assim. Rapta as almas de por quem cá passa. És refém deste mundo, de ruas cruzadas e velhos casarios, cantados desde há séculos. Das noites ébrias, das amizades alcoólicas. Das tardes solarengas na varanda, das cartas jogadas, das músicas ouvidas. Dos risos e dos choros. És refém de Coimbra, e nunca te libertarás. Felizmente. Pois Coimbra também é tua refém.

terça-feira, setembro 05, 2006

Do Regresso

Regressei. Mas com a sensação de reínicio. Ou pelo menos uma tentativa. Descobri que tinha demasiadas coisas "podres" na minha vida. Mas também algumas boas. Agora tento demolir sem estragar o que ainda é reutilizável. E logo as coisas se começam a clarificar. E nos tempos próximos ficará tudo decidido. A porta a escolher. Embora suspeite que a decisão vai ser viciada. Mas o encontrar de uma rotina que me faça feliz, isso sim, será o verdadeiro desafio. Que não se deixe abalar pelos factores externos, pelo menos não tanto que a destrua. E as bases estão a ser lançadas, apesar das já inúmeras dificuldades. As anti-rotinas, aqueles efeitos que não se podem prever, já se fazem sentir. O principal deles, é , sem dúvida, a minha personalidade. Resta esperar para ver se o regresso não acaba num retorno.