quinta-feira, novembro 06, 2008

Da Ferida

Dentro de mim reina o medo. Sou súbdito do futuro, do que sei e do que não sei. No fundo arrasto-me na lama, só para não parar, ando em frente mesmo com vista para o precipicío. O mal dum optimista é o milagre, achar que ele vai aparecer. Mas não vai, nem hoje, nem amanhã, nem nunca...Só o resto aparecerá. Para me varrer e pisar e repisar. Até lá o resto já me domina, até lá vai doendo, como uma ferida que parece sarar, mas no fundo regressa sempre, cada vez mais profunda. Até lá vivo dos outros receios, das pequenas feridas, que me dão alegrias quando saram. Estas saram realmente. Até lá, quando?