quarta-feira, fevereiro 24, 2010

Das Coisas que não se explicam

Falta-me a paz. A mesma que me faltou sempre. Mas hoje a inquietude preocupa-me. Na vida, há sentimentos que devem ser expulsos das nossas entranhas. Há dores inconvenientes e embaraçosas, que à medida que crescemos (?), devem ser eliminadas. A incapacidade de o fazer é aquilo a que se chama inadaptação. Um processo para muitos natural, para mim uma caminhada sobre brasas apagadas, que não queimam, mas sujam os pés, para depois todos nos apontarem. Os meus estão sujos, de carvão e da cinza que foi cobrindo o meu imobilismo. Mas com os olhares ainda vou lidando. O pior é mesmo o lidar com o inexplicável. O ruído de fundo da alma. Aquele que ameaça a sanidade mental. Como se cura o desconhecido?

sexta-feira, dezembro 25, 2009

Um dia

Sabes, isto sai-me melhor aqui. As palavras ditas por mim nunca soaram grande coisa. Um dia vi-te. Outro dia conheci-te. Outro beijei-te. E, pelo meio, apaixonei-me. Depois amei-te..e amo ainda. Num dia mudaste a minha vida. Sorriste e isso chegou. O teu sorriso mudou a minha vida. Inundou-a de esperança, de vontade de viver, de partilhar, contigo. Um dia choveu, chorei, choraste. Fazia frio. Abraçámo-nos. Sorriste, sorrimos. Olhei para ti. Afinal o amor existe.

segunda-feira, outubro 12, 2009

De Nós

Estás ao meu lado, mas nem sabes. Que escrevo. Que olho para ti. Que não muito secretamente te amo. Que secretamente to queria dizer ao ouvido. Que tudo mudou, contigo. Que sou a fénix renascida, não das cinzas, mas do pó em que as cinzas se tinham desfeito. Que me perturbas. Que o teu cheiro fica em mim insistentemente. Que a tua imagem não foge da minha cabeça. Que eu e tu somos nós.

P.S: Finalmente escrevi para ti.

sábado, setembro 05, 2009

Do Monstro

Como se aprende a viver com o monstro?Como se aprende a dominar a escuridão, aquilo que de mais perigoso tenho dentro de mim?Como se sobrevive, vive, dorme, come?Como?Como?Como?
Sinto que, no fundo de mim, estou aprisionado. Que vivo rodeado de uma teia de arame farpado, sobre a qual me atiro, rasgando a minha pele, escorregando no meu sangue. E no entanto, qual masoquismo, algo me impele contra a teia outra e outra e outra vez. E no fim, quando quase morro, mais uma outra vez ainda, quando já so sinto o sangue à minha volta. E no fim, será que me vais ver morrer?