domingo, julho 02, 2006

Da Escova de dentes

"Toma. É para ti!". Confesso que a subtileza do convite me foi marginal durante alguns segundos. Estavas a oferecer-me algo que nunca ninguém oferecera. Um lugar, uma segurança. Aceitei. Abriste-me as portas de todo um mundo que procurava(s) esquecer. Lembro-me que também houve uma rosa. Digital e orgânica. Talvez isso represente tudo. A tua racionalidade. A minha emotividade. Lembro-me dos acordes daquela guitarra, naquele ambiente desviante, cheio de fumo e de fumos, cruzado pelas vozes desprendidas, pela tua em especial. Eras diferente ali. Também eu o era. Encontrava-me passado muito tempo. Era o meu "fado". Mas toda a rosa tem picos, todo o fado a sua tristeza(perdoa-me a melancolia gasta da figura de estilo). Ao fim da noite o cansaço apoderou-se de nós. As nossas semelhanças, mais do que as diferenças chocaram. Estranho. Somos parecidos, mas opostos. Muitos passos em falso acabam em queda. Adiável, mas porém certa. Tropeçamos, tropeçamos e caímos. Em nós. No nosso egoísmo. No nosso mundo. Não me condeno, não nos condeno. De ti guardo um momento que sintetiza tudo. A escova de dentes...

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