terça-feira, agosto 15, 2006

Do Pó

Tinha decidido fechar as janelas. Deixar a luz de fora. Comecei cuidadosamente a tapar todas as entradas. Fui meticuloso, tapei tudo com um cuidado extremo. Mas a perfeição não existe em nenhum trabalho. Uma fresta ficou aberta, deixando irromper por ela uma luz tímida. E, claro, como não-perfeccionista que sempre fui deixei-a assim. Pensei, sinceramente, que o tempo encarregar-se-ia de tapá-la, com o pó que o meu definhar ia produzindo. Novamente errei. Óbviamente. Quando se almeja algo, por mais egoísta que seja, deve procurar a perfeição até à exaustão. Em vez de definhar, fui encontrando energias. O pó não se acumulou. A luz foi entrando, cada vez mais intensa, perdendo a vergonha. Eis senão quando me apercebo que estou novamente iluminado. Que todas as minhas tentativas de me fechar, isolar, autoflagelar foram em vão. Resta a questão se mudei ou não. Se todo este processo foi em vão, ou se realmente cresci algo. Quando virá o teste?

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